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    A experiência que transforma

    27 de maio de 2013

    Desde janeiro, sempre que o calendário marca o dia 27, é lembrada com maior intensidade a mais trágica das madrugadas que o Rio Grande do Sul já viveu. Hoje, completam-se quatro meses do incêndio na boate Kiss, que deixou 242 mortos. Tudo ainda é muito recente, e jamais será esquecido. Mas, para tentar amenizar a dor de quem sobreviveu e de quem perdeu seus queridos, a saúde de Santa Maria precisou reagir. Os reflexos da atuação incansável de profissionais da área são perceptíveis hoje em um serviço mais qualificado, em um socorro mais especializado e humanizado e na esperança de que se pode tornar melhor. Porém, sabe-se que ainda é preciso evoluir. Confira, a seguir, o crescimento da saúde clínica e mental em Santa Maria, a evolução nos setores de tratamentos, bem como os projetos pensados nas faculdades.

    Naquele 27 de janeiro, Santa Maria acompanhou o trabalho de centenas de profissionais da saúde que seguraram a emoção e foram para a linha de frente de uma das mais doloridas batalhas já enfrentadas por eles: o incêndio na boate Kiss e seus mais de 600 feridos. As especialidades das equipes médicas foram fundamentais para manter as vidas de centenas de pessoas. E a saúde de Santa Maria aprendeu muito com a experiência triste.

    O diagnóstico de evolução do atendimento é percebido especialmente no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). A instituição, que é referência no socorro pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em casos de trauma, ampliou seu quadro profissional e ganhou o primeiro Centro Integrado de Atendimento às Vítimas de Acidentes (Ciava) do Brasil. No momento, o espaço é destinado ao tratamento dos sobreviventes da Kiss, mas, futuramente, será aberto a pacientes vítimas de acidentes em geral.

    Nos dias seguintes à tragédia, o Husm recebeu dois broncoscópios. Foram esses equipamentos que fizeram a limpeza interna da espécie de fuligem encontrada nas vias aéreas dos pacientes. Além disso, os atendidos na instituição contam com quatro estimuladores respiratórios para fisioterapia. Outros 46 equipamentos estão sendo licitados e devem chegar em breve ao hospital. A verba para a aquisição desses aparelhos ultrapassa os R$ 700 mil e veio do Ministério da Saúde.

    Um dos setores que receberam mais investimentos foi o de pneumologia. Como a principal causa das mortes da Kiss foi intoxicação por gases e lesões pulmonares, conforme os laudos da necropsia, o fortalecimento desta especialidade foi maior. Nos próximos 12 meses, o Husm estima que irá atender e reavaliar 420 pacientes e realizar mais de 2.520 consultas, em diferentes especialidades.

    Para atender a todos os feridos nos diferentes procedimentos clínicos, houve a necessidade de contratar, emergencialmente, 26 profissionais da saúde. Todos serão efetivados a partir deste mês. Além disso, um termo de cooperação entre Ministério da Saúde e secretarias estadual e municipal da Saúde garantem que, pelos próximos cinco anos, os sobreviventes serão monitorados.

    Conforme a diretora do Husm, Elaine Resener, o hospital realiza, desde a madrugada da tragédia, centenas de procedimentos clínicos. Para dar conta da demanda, foi necessário realizar dois mutirões, que totalizaram mais de 1,6 mil atendimentos, entre consultas e exames em diferentes áreas.

    MAURÍCIO ARAUJO | Santa Maria

    Fonte: Zero Hora

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/a-experiencia-que-transforma/100534760

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